Fernando Vilaça da Silva, de apenas 17 anos, foi brutalmente espancado até a morte em Manaus, no último sábado (5), após ser alvo de LGBTfobia.
Ele tinha saído para comprar um pacote de leite quando foi chamado de “viadinho” por outros adolescentes na rua. Ao perguntar por que estava sendo xingado, foi agredido com tanta violência que sofreu traumatismo craniano. Morreu no hospital horas depois.
O vídeo dos agressores correndo após o crime circula nas redes, e a polícia investiga o caso. Segundo testemunhas, os suspeitos também são menores de idade e estão foragidos. A família de Fernando pede justiça. Nós também deveríamos.
Fernando não morreu por estar “no lugar errado, na hora errada”. Ele morreu por simplesmente existir.
É por isso que o mês do Orgulho não termina em junho. Enquanto pessoas LGBTs forem assassinadas, o orgulho será resistência. É sobre a liberdade de viver. E Fernando não teve essa chance.
Que o nome de Fernando não entre para a estatística do esquecimento. Que seja um grito de urgência por justiça e por um país onde ser quem se é não custe a vida.
Uma lágrima colorida,
Texto de Henrique Chirichella 🏳️🌈
Texto do Governo Federal
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), por meio da Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, manifesta seu profundo pesar e solidariedade à família e à comunidade do jovem Fernando Vilaça da Silva, adolescente de 17 anos, brutalmente assassinado em um episódio de violência homofóbica no estado do Amazonas.
Na madrugada de 5 de julho de 2025, no bairro Gilberto Mestrinho, zona leste de Manaus (AM), Fernando foi espancado após reagir a ofensas de cunho homofóbico proferidas por um grupo de indivíduos durante uma confraternização em via pública. Após três dias internado em estado grave com traumatismo craniano, hemorragia intracraniana e edema cerebral, o jovem não resistiu e faleceu no dia 7 de julho.
Tais atos atentam diretamente contra os fundamentos constitucionais da dignidade da pessoa humana, da igualdade e da liberdade, representando também crimes previstos em nossa legislação penal, incluindo o homicídio qualificado por motivo torpe e os crimes de LGBTQIAfobia, reconhecidos como formas de racismo pelo Supremo Tribunal Federal na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) 26/2019.
O MDHC reforça seu compromisso com a defesa da vida e dos direitos das pessoas LGBTQIA+ e com o enfrentamento à violência motivada por ódio, preconceito e discriminação. Nos solidarizamos com os familiares de Fernando Vilaça da Silva, colocamo-nos à disposição para acompanhamento do caso e informamos que os encaminhamentos cabíveis já estão sendo realizados junto à Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos.
Fernando Vilaça da Silva não será esquecido. Toda forma de violência LGBTfóbica deve ser combatida com rigor e com políticas públicas estruturantes.
Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania
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