FILME: Holding The Man (2015) (sem título em português)

Diretor: Neil Armfield (2015). 

Elenco: Ryan Corr, Craig Stott e Guy Pearce.

Engraçado que, antes de escrever sobre esse filme, minha própria história passou pela cabeça. Sou da geração que se descobriu gay na década de 80, os fatídicos anos da chegada da AIDS. 

Ninguém pode imaginar o que é descobrir sua sexualidade no meio de uma época em que havia uma doença matando pessoas aos montes, que não se sabia como se transmitia (suspeitava-se que seria através do sexo e pelos líquidos corporais) e que era chamada de “peste gay”, pois começou a se difundir no meio da comunidade gay dos EUA. 

Passei por isso e, felizmente, saí ileso. Agora me assusta esses adolescentes nem um pouco preocupados nem com a AIDS e nem com outras doenças sexualmente transmissíveis e ainda mortais. 

E é nesse mote que falo sobre esse filme que vai contar a história do ativista gay australiano Timothy Conigrave, que considero obrigatório. Ele começa com uma linda história de amor entre dois adolescentes, Tim (Ryan Corr) e John Caleo (Craig Stott), o melhor jogador de rúgbi da escola, que vão se conhecer ainda na escola (só para meninos) aos 16 anos de idade. 

Como todo amor jovem vão enfrentar as dúvidas, os medos, e, quando resolvem se assumir, a oposição da família. Tim, que sempre teve muita personalidade, vai enfrentar tudo e todos para ser feliz. Após 10 anos juntos, ambos são diagnosticados como soropositivos, e agora terão que travar novas batalhas, mais uma vez com a família, com os amigos, com o preconceito, o desconhecimento e a doença. 

A intepretação dos dois protagonistas é surpreendente, e a forma como vão envelhecendo durante o filme é impecável. Mais uma pérola do cinema australiano que nos faz lembrar de filmes como The Normal Heart, Angels in America, Filadélfia, sem dever nada a eles. 

Aliás, falando em Austrália, foi esse mesmo país que nos presenteou com o inesquecível Priscilla, A Rainha do Deserto, e que, coincidentemente traz Guy Pearce (a eterna Felícia) como o pai frio e ausente de Timothy. O filme foi baseado no livro que Timothy escreveu dedicado a John, e que também já foi peça teatral de sucesso.

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