FILME: Dream Boat (2017)

Diretor: Tristan Ferland Milewski.
 
Elenco: Michael Anastasio, Richard Weigle e Dipankar.
 
Colhendo pérolas da cinematografia disponibilizada pelo canal e streaming Netflix, agora encontramos o documentário alemão Dream Boat.

Uma câmera e um diretor vão percorrer um navio, durante um cruzeiro exclusivo com mais de 3.000 gays, que dura sete dias. 

O foco é o dia-a-dia de alguns dos passageiros: um indiano (Dipankar); um palestino (Ramzi), casado
com um belga; um polonês (Marek) e um francês (Philippe) cadeirante, com o seu parceiro austríaco Martin. 

Dipankar saiu da Índia e mora em Dubai, que, apesar de ser uma cidade mais moderna, ainda tem o peso da religião contra a sua homossexualidade. Ele sofre bastante pela sua aparência, que foge dos padrões de beleza impostos pelo meio gay, e, por isso, está sempre sozinho.


Marek por sua vez vive no Reino Unido, que é um país muito menos conservador do que a católica Polônia onde nasceu e cresceu. 

E, apesar de ser bonito e ter um corpo escultural, como os gays gostam, também sente-se um pedaço de carne, e não consegue se enquadrar nesse ambiente de puro desejo e sexo, pois se considera um homem romântico a procura de um amor.

Philippe tem dificuldades duplamente: é gay e cadeirante, o que também gera muito preconceito, até dentro da própria comunidade LGBT. 

O documentário vai captar a ambiguidade de sensações dos personagens que só se sentem felizes (ou nem sempre) dentro deste navio. Voltarem para seus países, seus parentes, muito homofóbicos e, em alguns casos, até letais, é um fardo. 

Suas vidas cotidianas não são fáceis, por isso, aqueles sete dias representam uma liberdade incomparável e indescritível. São sete dias no “paraíso”. Para assistir e fazer pensar os rumos de algumas religiões, países, culturas e preconceitos, que, ainda nos dias de hoje, perpetuam.

Comentários