01 - O que é ser Queer? - ADD clara em Nieves

 E começando uma série de posts aqui, começo me apresentando:

Me chamo Gabriel Nieves e tenho 26 anos, sou um dos autores aqui do nosso blog. Sou o artista que dá vida a Nenny Park, minha personagem drag que uso desde 2017. Sou criador de conteúdo, streamer e artista visual.

Com o tempo e alguns textos vamos nos conhecendo melhor, uma das minhas intenções com essa série é conseguir me conectar ao máximo com a comunidade LGBT+ que ainda consome blogs e matérias e ao mesmo tempo trocar conhecimentos. Junto a minha história de vida, já pensei em escrever um livro mas ao mesmo tempo lembro o quão trabalhoso é, acabo sempre começando a passando a preguiça no débito. 

Caramba como é díficil criar conteúdo hoje em dia! Ao mesmo tempo que temos um grupo muito exigente, temos uma outra parcela que só procura por coisas fáceis. Minha experiência se baseia na comunidade LGBT+ mais na internet e na cena drag no interior do estado de São Paulo, e por pouca que seja perto de muitas outras personalidades que já conheci durante minha trajetória, considero que já aprendi muito.

Comecei a fazer drag com 20 anos, até então tive uma criação execelente de meus pais, e foi somente com 2 décadas de vida que fui entender o que era ser queer e me entender como membro da comunidade LGBT+. Levamos com uma conotação muito naturalizada a homofobia presente no modelo de criação da geração anterior (me refiro a geração dos meus pais anos 70 e 80), aonde muitas coisas que aprendemos acabam se tornando tóxicas no futuro, mas chego nesse ponto em breve com vocês. 

Demorei muito tempo para perceber ai importância de entender o que é ser LGBT+, o que é ser LGBT+ no Brasil, o que é ser LGBT+ em cidades afastadas das grandes cidades e o mais importante: porque sou LGBT+ e o que isso afeta minha vida e de quem está ao meu arredor. Sempre achei muito estranho esses questionamentos de primeira, até porque parece que somos bicho, dá um ar de que somos seres complexos demais para entendimento humano...

Hoje tenho 26 e passei por muita coisa que me fez chegar no entendimento de quem e o que sou hoje, um homem autônomo, criador de conteúdo, drag queen, tecnólogo em hotelaria com experiência de quase 10 anos e amante de música.

O "Q" do LGBTQIAP+ é mais presente do que imaginamos.

Tá mas o que é ser queer ? O que é ser LGBT+ ? Não é a mesma coisa ? Confesso que antes de pesquisar melhor, eu mesmo não entendia o que era ser queer, eu mesmo com a minha criação de caixinha já estava querendo rotular e saber porque esse 2+2 não era 4. Prometo mais pra frente debater mais essa parte de criação.


Vale lembrar que esse "+" do LGBT+ engloba muita coisa, mas o "Q" é de Queer, que são pessoas cuja orientação emocional e sexual não correspondem a heteronormatividade. Um exemplo bem legal para ler sobre é a filha do atual apresentador do BBB Tadeu Schmidt, a artista Valentina Schmidt. Ser LGBT+ é um desafio no nosso modelo de sociedade, infelizmente a construção da base de "valores" e "costumes" sempre foi de contra a liberdade, mas a discussão vai muito mais além disso.

Sempre procurei na internet formas de me expressar, de me sentir livre e de arranjar espaços e círculos que me permitissem o diálogo entre pensamentos divergentes sem conflito, nada além da troca de experiência e conhecimento, mas quanto mais ao fundo das comunidades on-line que a gente vai, mais percebemos que o diálogo é algo raro nos dias de hoje. Atualmente trabalho como streamer, e tenho uma comunidade pequena que me abraça e pela qual trabalho para que se sintam na mesma liberdade que eu para debate e posicionamento diversos.

Díficil né ? Tanto problema na base e na estrutura, como vamos construir algo legal e que abrace a todos se desde o ínicio o objetivo era exatamente evitar isso ? Com o tempo vou trazendo um pouquinho mais sobre minha experiência mas gostaria de ouvir de você leitor: 

Você é LGBT+ ? Se sim, quais foram as suas maiores dificuldades ao se descobrir parte da comunidade ? Se não, já sentiu alguma pessoa próxima com essas dificuldades ? Ou até mesmo você, já foi questionado por algo de sua orientação ?

Como esta semana debati muito sobre ser LGBT+ e meu trabalho, para o próximo post o tema vai ser LGBT+ no mercado de trabalho e alguns dados e dicas que posso compartilhar com vocês.

Veja mais aqui sobre o caso da filha do apresentador Tadeu Schmidt que comentei hoje

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