Declarações recentes como a do deputado Nikolas Ferreira, instigam a rebater o deboche com a violência que os mesmos criam dentro de seus eleitores desde as eleições de 2018. Realmente são tempos muito difíceis de ser brasileiro e de ter orgulho de ser, mesmo sendo de uma terra tão rica como a nossa.
Nós LGBT+ já nascemos com um "alvo desenhado em nossas testas" ao ser concebidos a este mundo com a nacionalidade brasileira, infelizmente a terra mais agressiva a pessoas como nós. Mas a qual ponto devemos apanhar e devolver com um famoso título da cantora Selena Gomez "Kill 'Em With Kindness" (Mate-os com bondade) ?
Em uma recente declaração do deputado André Janones, vi uma esperança e um dilema entrando em minha cabeça. O deputado vive sob pressão constante em seu ambiente de trabalho, dado que é uma oposição ferrenha ao governo anterior, e sofre violência verbal constante dos demais deputados de sua oposição, que ensinam e praticam essa violência como forma de trabalho para conquistar seus feitos e prática de suas ideias.
Janones devolveu algumas declarações com xingamentos, dos quais eu discordo em seu ambiente de trabalho, mas e no dia-a-dia ? Nós devemos sempre apanhar quietos ? Devemos ser alvo de ódio e discriminação sem direito de devolver na mesma moeda ? A qual ponto devemos ser apenas um saco de areia dentro de uma arena de boxeadores LGBTfóbicos que justificam seus ideais e crenças para violência constante que causam a nós ?
O dilema que me peguei durante esse tempo é que sempre fui uma pessoa de ação e me peguei recentemente me transformando em um adulto que age mas fala também. Aprendi nos últimos anos de forma muito dolorosa que podemos partir deste mundo a qualquer momento, e que então devemos sempre falar o que estamos pensando, partir sem a oportunidade de falar o que penso me parece muito mais doloroso que permanecer em silêncio diante situações de incomodo.
Violência gera violência mas de fato é um pouco imprudente a ignorância que é presente em nosso lado também, muitas pessoas sofrem esse tipo de ataque devido a não terem conhecimento do direito de lutar de volta, de poder colocar seus pés no chão e dizer: "NÃO!" ou "Chega!".
Tenho a impressão de que estamos alimentando este ciclo vicioso já faz um tempo, e o modelo de sociedade que vivemos infelizmente nos força a continuar alimentando este ciclo. Mas até qual ponto devemos nos preocupar ? Até qual ponto nossas atitudes fazem diferença ? É um pouco desgastante porque não temos força para mudar o rumo de tudo, mas as pessoas a nossa volta sempre temos essa possibilidade.
Como sempre, tiro uma lição de todos os meus textos para melhorar meu dia e que espero que consiga ajudar você leitor de alguma forma a melhorar também. Desde que comecei a parar de assistir o "jornal desgraça" como gosto de chamar os noticiários e de dar meus ouvidos a rádio no carro quando estou com minha família, já notei uma melhora em meu humor. Estamos muito acostumados a ouvir estas notícias ruins como se fossem "quarta a tarde" ou coisas rotineiras, e aos poucos elas alimentam o monstro do mal humor e falta de esperança dentro de nós.
Tenho uma familiar que passou quase 30 anos dentro do quarto devido a um processo de luto mas que saia somente para o básico e vivia assistindo somente programas como Datena e demais, que só noticiam problemas e violência e trazem zero conhecimento ao telespectador, e digo que era uma pessoa que com o tempo foi se tornando insuportável a convivência. Além de todas as dificuldades de comunicação devido ao fator da idade, também era muito difícil de tirar algo bom de sua mente que era consumida pelo monstro negativo e de mal humor que já havia consumido sua mente, e impossibilitava ela de querer tentar ver ou construir um lado bom para sua vida/rotina.
Digo aqui a você leitor: saia de casa, respire ar livre, faça uma caminhada e aos poucos se desacostume de algo que te deixa infeliz mas que você julga ser "inevitável". Na vida fazemos escolhas, determinamos nosso futuro e construímos o que temos vontade. A gente só precisa sempre ser lembrados que temos todas essas capacidades.
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