Após a exposição do caso, os donos, ancorados na religião que seguem, mas ignorando a lei, divulgaram nota de repúdio alegando uma questão de "princípios”.
Não satisfeitos, os "religiosos" ainda gravaram um vídeo falando em “heterofobia”. A denúncia foi feita à polícia, que agora investiga o crime de homofobia.
Apesar do estresse, o episódio serviu para trazer ainda mais força ao casal, que se prepara para oficializar uma união de 10 anos em setembro de 2025. Henrique e Wagner se conheceram em 2015, pelo Grindr (sim, nem só de pegação vive o app).
Depois do primeiro beijo, os encontros passaram a ser diários. Em menos de três meses, estavam morando juntos. Em março de 2016, a mãe do Wagner faleceu e ele decidiu se mudar para cuidar do pai, que vivia no estado de São Paulo. Henrique resolveu acompanhá-lo.
A vida nova começou no município de Itaquaquecetuba, onde eles montaram uma lanchonete para vender churrasquinhos. Com a grana curta, o complemento de renda vinha de faxinas na casa de familiares. Novas oportunidades apareceram e, aos poucos, eles foram construindo uma vida a dois, até conseguirem comprar uma casa na Zona Norte de São Paulo, onde vivem atualmente.
Em 2020, durante a pandemia, o casal ganhou um concurso de casamento e celebrou a união de forma simbólica, apenas os dois, devido às restrições. Agora, ansiosos pelo carinho de familiares e amigos, planejam a cerimônia oficial em 2025, marcando uma década juntos.
O episódio com a papelaria virou inquérito policial, mas para eles é apenas o trecho ruim de uma história de amor com muitos momentos felizes, construída com garra e afeto. Henrique e Wagner, ao buscar orçamentos para convites, não queriam aparecer nos jornais, mas, diante do desrespeito, criaram coragem para denunciar. Quem sabe, depois disso, os donos conseguem entender que estavam lidando com seres humanos que têm os mesmos direitos garantidos por lei.
Fonte: https://www.instagram.com/doisiguais/ - O Dois Iguais é um perfil que conta histórias de amor LGBT+.
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