TRABALHO: 1 em cada 4 LGBT+ conseguiram trabalho formal, veja o estudo

Garantir oportunidades de emprego no mercado formal continua sendo um desafio significativo para a comunidade LGBTQIAP+. De acordo com um estudo conduzido pelo Fundo Positivo, uma organização de saúde preventiva, em parceria com o Instituto Matizes, apenas uma em cada quatro pessoas LGBTQIAP+ obteve um emprego formal com carteira assinada no último ano.

A pesquisa, intitulada Inclusão Econômica e Geração de Renda da População LGBTQIA+ no Brasil: Desafios, Iniciativas e Financiamentos, foi realizada entre outubro de 2023 e março de 2024, contando com a participação de mais de 100 organizações sociais. Os resultados destacam a necessidade de promover capacitação e desenvolvimento econômico voltados para essa comunidade.

Os dados também mostram um aumento de 63% no número de projetos focados na geração de emprego e renda para pessoas LGBTQIAP+ entre 2021 e 2023. No entanto, apesar das iniciativas crescentes, o mercado formal ainda oferece barreiras significativas para essa população.

Lucas Bulgarelli, diretor-executivo do Instituto Matizes, ressalta que a pandemia piorou as dificuldades financeiras da comunidade LGBTQIAP+, o que exige mudanças rápidas:

"É crucial reduzir os índices de exclusão econômica. O preconceito e a discriminação durante os processos de contratação continuam empurrando uma parte significativa da população LGBTQIA+ para o subemprego, desemprego e informalidade. Apesar da ampliação dos projetos, a absorção dessa força de trabalho ainda é insuficiente."

De acordo com estudo, apenas 1 a cada 4 pessoas LGBT+ conseguiram trabalho formal no último ano (Foto: Reprodução)

Os esforços de inclusão econômica têm priorizado a população trans, que sofre índices elevados de exclusão. Segundo o estudo, 51% dos projetos atendem mulheres trans, 49% atendem travestis e 39% focam em homens trans.

Outro obstáculo significativo é a falta de financiamento e apoio governamental. Cerca de 45,2% das organizações apontam a ausência de apoio do governo como um problema, e 42,3% acreditam que o setor privado poderia contribuir mais. A criação de políticas afirmativas e práticas internas inclusivas são vistas como maneiras eficazes de combater essa exclusão.

Bulgarelli também afirma que tanto o setor público quanto o privado têm papéis fundamentais na inclusão:

"Enquanto o setor público deve se comprometer com a criação de programas e políticas públicas voltadas para a empregabilidade e a geração de renda, o setor privado precisa incorporar de forma mais estruturada a mão de obra LGBTQIA+ qualificada, garantindo processos de recrutamento livres de discriminação."

Atualmente, apenas 30,4% dos projetos de inclusão são financiados por editais governamentais. As empresas financiam 49,3%, enquanto 29% dependem de doações e captações.

Além disso, a escassez de dados sobre a comunidade LGBTQIAP+ impede uma compreensão mais ampla do problema. A falta de informações sobre escolaridade, renda e condições de trabalho dificulta a criação de políticas públicas eficientes voltadas para essa população.

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