Ela chegou ao país em fevereiro, cruzando a fronteira com o México, e foi detida pelas autoridades de imigração próximo a El Paso, no Texas.
Em vez de receber proteção, Tarlis relata ter sido negligenciada e submetida a condições degradantes, mesmo após informar sua identidade de gênero.
Durante sua primeira transferência, Tarlis foi enviada ao Centro de Processamento do Condado de Otero, no Novo México, onde permaneceu até o final de fevereiro em uma unidade com cerca de 50 homens.
Apesar de ter avisado os agentes sobre seu desconforto por ser mulher trans e estar alojada com homens, nada foi feito. Ela denuncia ter sofrido assédio sexual tanto nos corredores quanto dentro da cela, sem qualquer providência por parte das autoridades.
Posteriormente, foi levada algemada em um voo militar para Guantánamo, onde foi colocada em um quarto com cinco homens. Lá, Tarlis afirma ter vivido sem privacidade, sendo constantemente exposta ao tomar banho ou ir ao banheiro. Segundo ela, os guardas a revistavam de forma invasiva e não permitiam contato com a família ou com advogados, desrespeitando seus direitos básicos e ignorando seus pedidos de proteção.
No início de março, Tarlis foi transferida para Miami e, em seguida, para Pine Prairie, na Louisiana, onde segue detida em uma cela isolada. Em depoimento à Justiça norte-americana, ela afirmou ter medo de ser assassinada se for deportada para o Brasil e pediu a chance de apresentar seu caso com segurança e se reunir com sua família nos Estados Unidos.
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